A história da toxina botulínica | há 21 anos no Brasil

O famoso Botox, nome pelo qual a toxina botulínica é mais conhecida, é um dos procedimentos mais queridos e desejados pelos pacientes. Esse ano completam-se 21 anos de aprovação pela ANVISA da utilização da substância para fins estéticos no país. Foi no ano 2000 que a ANVISA certificou a toxina botulínica como procedimento seguro para paralisar os músculos da face prevenindo rugas. A aprovação aqui aconteceu antes dos EUA, que só tiveram liberação da Food and Drug Administration (FDA) para uso estético em 2002.



Ainda nos anos 90, a toxina já era amplamente utilizada para fins terapêuticos, sendo estudada desde o século XIX para o tratamento de espasmos, contrações faciais involuntárias, estrabismo, hiperidrose e bruxismo. Aliás, foi a partir de um efeito colateral no tratamento de blefaroespasmo que uma oftalmologista, a Dra. Jean Carruthers, percebeu que, com o uso da toxina, os músculos próximos aos olhos ficavam relaxados e isso levava a uma diminuição da quantidade de rugas no local. Ela então compartilhou a descoberta com seu marido dermatologista, o Dr. Alastair Carruthers, que passou a aplicar Botox em suas pacientes para minimizar e prevenir rugas (mesmo tendo desdenhado da descoberta da esposa durante algum tempo), iniciando o que seria uma verdadeira revolução estética facial do século XXI.


O fabricante da toxina para fins terapêuticos, Allergan, ficou famoso quando a substância explodiu no mundo da estética por ser o pioneiro e, assim, a marca BOTOX se tornou sinônimo de toxina botulínica para a maioria das pessoas, embora hoje existam diversos fabricantes com produtos de excelente qualidade e respostas extremamente eficientes. Aqui no consultório, nós usamos a Xeomin, do laboratório Merz, um dos mais conceituados do mundo em pesquisas de segurança e alta tecnologia em medicamentos.


Para fins tanto terapêuticos quanto estéticos, é utilizada uma forma purificada, congelada a vácuo e estéril da toxina botulínica tipo A. Esta forma proporciona maior duração dos efeitos e, quando aplicada em pequenas doses, ela bloqueia a liberação de acetilcolina (neurotransmissor responsável por levar as mensagens elétricas do cérebro aos músculos). Como resultado, o músculo não recebe a mensagem para contrair, deixando a pele livre das indesejadas marcas de expressão.


Os resultados no tratamento de bruxismo, enxaqueca, suor excessivo nas palmas das mãos e pés e espasmos são impressionantes, tornando o uso terapêutico ainda mais expressivo em termos de utilização da substância do que o próprio uso estético.


Quando falamos da aplicação para fins de prevenção de rugas, é importante ressaltar que a substância atua exclusivamente nas chamadas rugas dinâmicas, ou seja, aquelas que se formam quando movimentamos os músculos para expressarmos reações. As áreas mais comuns são os pés de galinha (rugas na lateral externa dos olhos), as linhas da testa e o franzido entre os olhos, logo acima do nariz. Essas rugas não são visíveis quando a face está em repouso.


Quando o paciente começa a fazer uso da toxina antes mesmo das rugas dinâmicas se formarem, as marcas de expressão acabam por nem acontecer, uma vez que o músculo das regiões citadas não vai se contrair a ponto de marcar a expressão. Por isso ela é uma grande aliada não apenas do rejuvenescimento, mas da prevenção ao envelhecimento facial. Os efeitos são perceptíveis após 72 horas da aplicação, e atingem o ápice cerca de uma semana depois, com resultados que perduram por até 6 meses (dependendo dos hábitos e idade de cada paciente), com desaparecimento gradual.


Cerca de 20 anos depois da chegada da toxina ao Brasil, só temos que celebrar os resultados do uso dessa substância e toda a evolução das técnicas de aplicação com resultados cada vez mais naturais, harmoniosos e eficientes. Seja para melhorar a aparência ou para solucionar questões relacionadas à enxaqueca, bruxismo, sorriso alto, e tantos outros para os quais a toxina já se mostrou eficiente.